O mercado de moedas globais foi marcado por volatilidade nesta semana, com destaque para o fortalecimento do dólar frente ao peso mexicano e ao dólar canadense após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As possíveis tarifas comerciais e políticas econômicas que caracterizaram seu primeiro mandato retornam ao centro do debate.
Movimentação do Dólar O dólar iniciou a semana sob pressão, mas conseguiu recuperar parte de suas perdas após Trump sinalizar tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e México, previstas para fevereiro. Essa postura provocou oscilações significativas no mercado cambial, especialmente em moedas de países considerados alvos diretos das medidas tarifárias.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas principais, fechou em queda de 1,23%, a 108,062 pontos. Apesar da queda geral no índice, o dólar avançou em relação ao peso mexicano, alcançando 20,6610 pesos, e ao dólar canadense, subindo para 1,4347 dólares canadenses por unidade.
Impacto no Peso Mexicano e Dólar Canadense As moedas do México e do Canadá, principais parceiros comerciais dos Estados Unidos no âmbito do USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), mostraram fragilidade após as declarações de Trump. As especulações sobre novas tarifas geraram preocupações nos mercados emergentes, especialmente no México, cuja economia é altamente dependente das exportações para os EUA.
Enquanto isso, o dólar canadense também sofreu pressão, refletindo os receios de como tarifas adicionais poderiam impactar a indústria automotiva e o setor de energia, fundamentais para a economia do Canadá.
Reação do Mercado Global Além das moedas norte-americanas, outras moedas globais apresentaram movimentos variados. O iene japonês registrou valorização em relação ao dólar, com a moeda americana recuando para 155,56 ienes. O euro subiu para US$ 1,0420, enquanto a libra esterlina avançou para US$ 1,2332.
Essas movimentações refletem não apenas as incertezas em torno das políticas comerciais de Trump, mas também a expectativa por decisões de bancos centrais importantes, como o Banco do Japão (BoJ), que se reunirá na próxima sexta-feira.
Sinais Contraditórios nas Políticas Tarifárias Os comentários recentes de Trump levantaram dúvidas sobre a consistência de sua estratégia econômica. No início da semana, relatos indicaram que o presidente não incluiria aumentos imediatos de tarifas em suas ordens executivas, o que inicialmente enfraqueceu o dólar.
No entanto, a recuperação veio horas depois, quando Trump sugeriu possíveis tarifas de 25% sobre o México e o Canadá. A Capital Economics avaliou que essas declarações demonstram um padrão semelhante ao observado no primeiro mandato de Trump, onde a imprevisibilidade era uma característica marcante de suas políticas econômicas.
Expectativa pela Decisão do Banco do Japão Outro fator que influencia o mercado cambial global é a reunião do Banco do Japão (BoJ). A maioria das projeções aponta para uma alta de juros, o que pode fortalecer ainda mais o iene japonês. O impacto dessa decisão será observado não apenas no Japão, mas também nos mercados asiáticos e globais.
As declarações de Donald Trump reacenderam preocupações sobre tensões comerciais, gerando volatilidade no mercado cambial. Embora o dólar tenha mostrado força frente a algumas moedas, como o peso mexicano e o dólar canadense, ele enfrenta desafios globais diante de movimentos estratégicos de bancos centrais e economias emergentes.
Investidores devem monitorar atentamente os desdobramentos das políticas comerciais dos EUA e decisões-chave de bancos centrais para ajustar suas estratégias em um ambiente marcado pela incerteza.
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